terça-feira, 17 de abril de 2012

odoyá napalm

Amor é um fogo que arde sem se ve
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer
_ Camões




sem terço, nem cerimônia
desgraço ritos antigos
e prego a reza com um martelo

_na oferenda máxima de sangue
o seu deus é você em veias
velhos conhecidos tubos
de ensaio das danças de fogueira

imponho o fogo na casa
dos ancestrais, dos meus avós
desesqueço a história escondida
faço carvão pra aquecer

_oxalá fosse eu ali no seu lugar _
quer viver agora sem sangrar?

_oxalá fosse você aqui nesse lugar _
quer viver agora sem sambar?

deixe que o agora eu mesmo
tatuo no agora e eu mesmo
não temo a culatra atirada passada
_agora pode!

correm nos rios vermelhos
toda sorte em cores
posso ser indochinês godoalemão
celtasudanês aborígenemongol
posso ser pagão

furto todos os deuses
em nome de um deus
sem saber que todos eles
são todos eles
o mesmo deus
ateu

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