sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Algo do Mestre Oneiro






















Sua face vil lhe mostra em um sonho
Que a derradeira chama que arde em ventre de mulher
lhe pode ser mais sagrada que lágrimas de pobres demônios em terra
Não, não falo de maldade absoluta, o ardil, o sonho vão
Falo da natureza humana num vai e vem infinito
Entre sombras e grandeza
Entre sonhos e tristeza
Entre três mulheres que vigiam da lua
Entre meus olhos, que repouza um mar de razão e sentimento
Tão vil quanto a face mostrada naquele sonho
A pobreza, a putridão, a marca da besta
Que somos todos aqueles que se fazem
Num mundo morphéico nossa morada
E morremos por lá, esquecendo que a carne aquece a carne
E o sol levanta sem precisar
Pra olharmos num espelho
Que aquilo que produzimos ao dormir
Pode ser mais belo ou mais feio
Mas ainda é o real, que não é real
porém forte e novo
A cada segundo
Que morremos
e supitamos
um pouco
de nós

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