terça-feira, 9 de outubro de 2012

já fui tantos... já fui.





já fui tantos... já fui.

pequeno, mas dos mais altos espichados homens que todos diziam ter crescido inchados toda vez que veem os mais altos espichados homens que todos diziam ter crescido inchados
e dos que não acreditaram em vassouras voadoras
nem na volta dos céus d'um indiozinho
de metal do fundo do fundo do
fundo escuro da cama, ô lugar escuro e fundo que
engoliu meu indiozinho de metal, eu era
pela primeira vez ateu

e então fiz meus sete anos.

saudei num equinócio propício a maturidade da aurora de minha
infância, celebrando a alquimia das horas
infindas numa sala sozinho, barbeei
doze macacos de pelúcia com tesouras sem ponta e bebi
da poção de guarapã com brahma guaraná no cálice de 200mL para operar
doze bonecos dos comandos em ação, dando vida e braços novos, em
doze dias diferentes que
transformavam uma estação em outra

e então os dez anos chegaram,

descobri-me absorto em peitos, talvez os maiores peitos que vi são daquela moça da sexta série 605 que estudava à tarde e não tinha nada a ver com as da bandeirantes no sábado. Eu não entendia os movimento mas só notava aqueles grandes balançando bobos, bem bobos, menos bonitos que o da menina do 605 na camisa de educação física branca, os dela eram maiores e não eram bobos, os dela eu podia pensar melhor, fazer de dois quatro, da moça duas, de mim metade

só para terminar com vinte e três
sem terno nem gravata
nem plano da unimed

amém (talvez)

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