sexta-feira, 4 de março de 2011

Sextante 1



Abriram os portos, meu catamarã lançou-se ao carmim. Era bravo, era sórdido, enfim, herói.
Não Havia, para mim, thelemáquia, ou mesmo Brobdignag. Havia uma mensagem que, vinda de um céu, eternamente poente, gravara em minha pele desbotada seu código, a aço frio, a ouro frio e a mercúrio.
A vela carregava estandarte azul e prata, que a luz agonizante ainda faz luzir o brilho cinza. O gosto de ferro, carne seca, peixe voador. Sabia que deveria navegar e, só em meu pavimento, ao sabor das ondas, seria portador do que me marcava em código na epiderme.
Não quis botas, chapéus, brasões. Segui tal recém-nascido atônito em recém-nascido mundo, Viveria, mas isto não era preciso. Não será. Em diante, de agora, caminho carmim aberto. Sem ilha, península ou continente.
Até passar a mensagem.
Até consumir-me de palavras.
Até encobrir-me a tempestade, assim rubra, de uma afogar enérgico, fulminante, para não me debater, nem lembrar, nem voltar ao porto.

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