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Quando, à noite, o Infinito se levanta A luz do luar, pelos caminhos quedos Minha tactil intensidade é tanta Que eu sinto a alma do Cosmos nos meus dedos! _ Augusto dos Anjos |
Há num'alma extinta cinco dedos em riste
palmados em dor extensa
num golpe
Mindões anelários médiuns indica dores
poligares desligados na tomada
forçam um movimento orquestrado
para cem violinos desafinados
Gritam um rasgo ao peito
O aDeus a ateus novos
que a lembrança do que viria
com seu custo ardiloso
e à vista
cria a golpes no canal lacrimal
da memória do futuro que não se veio
de pé resta O adeus
não até logo
que a lógica se foi em súplicas
e uma boa e invisível fita adesiva
dermoabrasiva
fez questão de tapar
Os escombros fazem questão
de emergir do túmulo
zumbis inoportunos do ontem
se confundem
com os fetos mortos do amanhã
que teimam em revolta a sair da boca
Resta matar não vivos
esses que ainda não sabem morrer de novo
enquanto se despede em pé a alma extinta
*Pintura de Colin Harbt _ Decomposição da memória
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